Os elementos da comunicação estão relacionados
com as funções da linguagem, seja ela escrita ou oral
Os elementos da comunicação estão relacionados com
as funções da linguagem. Nenhum ato de fala é desprovido de ambos os conceitos.
Com os elementos da comunicação, é possível usar
como forma de comunicação, informação, expressão e significados os diversos
sistemas simbólicos das diferentes linguagem. A forma de comunicação está
dividida entre:
·
Emissor – o que emite a mensagem.
·
Receptor – o que recebe a mensagem.
·
Mensagem – o conjunto de informações transmitidas.
· Código – a combinação de signos utilizados na
transmissão de uma mensagem. A comunicação só se concretizará, se o receptor
souber decodificar a mensagem.
·
Canal – por onde a mensagem é transmitida: TV, rádio,
jornal, revista, cordas vocais, ar…
·
Contexto – a situação a que a mensagem se refere, também
chamado de referente.
Você
já prestou atenção na quantidade de atos de comunicação em que estamos
envolvidos em nosso dia a dia? Os humanos, estes seres sociais, estão sempre
utilizando as mais diversas formas de linguagem para estabelecer algum tipo de contato
com o outro, que sempre é visto como um interlocutor em potencial.
Acontece
que esses atos de comunicação não acontecem de maneira aleatória.
Podem acontecer de maneira intuitiva, mas sempre com alguma intenção, seja ela
explícita ou não. Foi para sistematizar e explicar a comunicação que o
linguista russo Roman Jakobson elaborou seu famoso modelo, no qual operam seis
fatores essenciais (chamados de elementos
da comunicação) para que a comunicação aconteça:
contexto
mensagem
remetente <----------------------------------> destinatário
canal
código
Todos os fatores envolvidos no modelo
de Roman Jakobson são imprescindíveis para a comunicação verbal. Quando
elaboramos uma mensagem, pensamos também nos sentidos que queremos atribuir a
ela, pois todo ato comunicacional é permeado por intenções. Nesse momento,
quando imbuímos a comunicação de sentidos e finalidades, surgem as funções da linguagem:
·
referencial
poética
emotiva <-----------------------------------> conativa
fática
metalinguística
poética
emotiva <-----------------------------------> conativa
fática
metalinguística
·
Os
elementos da comunicação estão intrinsecamente relacionados com as funções da
linguagem. Para melhor exemplificar a relação existente entre esses dois
fatores fundamentais da comunicação, observe o esquema:
·
contexto
·
função referencial
·
mensagem
·
remetente
função
poética
destinatário
·
função emotiva <--------------------------------> função
conativa
·
canal
·
função fática
·
código
·
função metalinguística
Observando o último
esquema, é possível notar a relação existente entre os elementos da comunicação
e as funções da linguagem. É importante ressaltar que, embora em uma mesma
mensagem verbal possam conviver diferentes funções, sempre uma delas irá se
destacar, estabelecendo assim uma diferente ordem hierárquica de funções.
FUNÇÕES DA
LINGUAGEM
Cada função apresenta um objetivo específico na
comunicação. Conhecê-las e identificá-las aprimora a compreensão global de um
texto
São seis as funções da linguagem, sempre inseridas
em nossos atos comunicativo: Emotiva ou Expressiva, referencial ou
Denotativa, conativa ou Apelativa, fática, metalinguística e poética.
Cada texto produzido, oral ou
escrito, apresenta uma intencionalidade. Não pense que os atos de fala são
desprovidos de um objetivo. Há um objetivo até mesmo nas famosas conversas de
elevador, quando as pessoas, entediadas, travam um diálogo que muitas vezes
parece ser pouco produtivo ou até mesmo dispensável. Pois bem, as funções da
linguagem estão aí para nos explicar as minúcias de cada tipo de discurso e
conhecê-las aprimora a comunicação, bem como o entendimento da finalidade de um
texto. Mas você sabe quais são as funções da linguagem e para que servem? Bom,
são seis as funções da linguagem, sendo que cada uma delas cumpre um objetivo
bem específico em diferentes contextos comunicacionais. Vejamos:
ü
Função emotiva ou Expressiva: Nos textos em que a função emotiva predomina, percebemos que
o discurso é construído na primeira pessoa, ressaltando assim a subjetividade
da linguagem. É
a função que está presente nos discursos expressos na 1ª pessoa do discurso
(diários, julgamentos subjetivos, expressões de sentimento do falante ou
escritor). O objetivo do emissor é transmitir suas emoções e
anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a mensagem
é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira
pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma
característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e
reforça a entonação emotiva.
Ex.: “[…] Mas quem sou eu para
censurar os culpados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a
tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata.
Mas não estou seguro de mim mesmo: preciso amar aquele que me trucida e
perguntar quem de vós me trucida. E minha vida, mais forte do que eu, responde
que quer porque quer vingança e responde que devo lutar como quem se afoga,
mesmo que eu morra depois. Se assim for, que assim seja [...]”. (Fragmento de A hora da estrela, de Clarice
Lispector)
ü
Função referencial ou
Denotativa: Com um discurso construído
na 3ª pessoa e ausência de expressões que evidenciem a opinião do emissor, a
função referencial tem como objetivo informar o interlocutor através de uma
linguagem clara e objetiva. Na mensagem referencial, não são usados textos
de dupla interpretação a fim de que seu conteúdo seja plenamente
compreendido. Em alguns textos é mais predominante essa função, como:
científicos, jornalísticos, técnicos, didáticos ou em correspondências
comerciais.
Ex.: “[…] Reunindo toda esta gama de trabalhos, o 1º Festival Percurso - Periferia
e Cultura em Rede Solidária será realizado no 21 de junho no Capão
Redondo, zona sul de São Paulo. Com o tema "Juventude periférica
gerando renda, trabalho e desenvolvimento local", o festival terá
exposição e venda de serviços e produtos dos empreendimentos econômicos
solidários que fazem parte da “Rede de Empreendimentos Culturais Solidários da
Periferia Urbana da Zona Sul de São Paulo [...]”.(Fragmento de uma notícia,
disponível em Carta Capital).
ü
Função conativa ou Apelativa: Nos tipos de textos em que a função conativa predomina, é
possível perceber o uso da 2ª pessoa como maneira de interpelar alguém, além do
emprego dos verbos no imperativo para
convencer o interlocutor. O objetivo é de influenciar, convencer o
receptor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão,
convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo
(Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai
melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos
publicitários, em discursos políticos ou de autoridade.
Ex.:
ü Função fática: Tipo de mensagem cujo objetivo é prolongar ou interromper uma
conversa. Nela, o emissor utiliza procedimentos para manter contato físico ou
psicológico com o interlocutor. Ocorre em um simples diálogo do dia a dia ou em
uma ligação telefônica.
Ex.: “(...)
Olá, como vai?
Eu vou indo e você, tudo bem?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe …
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...
Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona?
Precisamos nos ver por aí (…)”.
(Trecho da música Sinal
Fechado, de Paulinho da Viola).
ü Função
metalinguística: Linguagem
utilizada para falar, explicar ou descrever o próprio código: esse é o
principal objetivo da função metalinguística. Nas situações em que ela é
empregada, geralmente na poesia e na publicidade, a atenção está voltada para o
próprio código. É aquela que serve para dar explicações ou tornar a informação
ainda mais precisa. Um exemplo desse tipo de função da linguagem é o
dicionário, que são palavras que explicam palavras.
Ex.:
A função metalinguística está presente nos
discursos em que a linguagem está voltada para o próprio código
- Função poética: Muito encontrada na Literatura, especialmente na poesia, a função poética apresenta um texto no qual a função está centrada na própria mensagem, rompendo com o modo tradicional com o qual vemos a palavra. O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos através de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música.
Ex.:
Encontrada na Literatura, especialmente na
poesia, a função poética confere novos sentidos às palavras. Átomo
divisível, 1997. Arnaldo Antunes
Exemplo nos textos publicitários:
Observe que nesse texto, o emissor preocupou-se mais com a forma do que em tentar persuadir o receptor.
É importante lembrar que as funções da linguagem estão
centradas nos elementos da comunicação (emissor, receptor, código, canal de
comunicação e contexto) e cada uma delas assume um objetivo específico na
comunicação. Entender o funcionamento da linguagem pode melhorar em muito
nossas habilidades linguísticas. Bons estudos!
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